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Memórias Pontuais – VAI 2016

Um olhar para as memórias pontuais

O que é memória pra você? Será que memória é coisa de se pegar, dessas iguais a um copo, que pegamos com mão, olhos e bocas e sabemos de instinto o que é. Memória é mais arrisca, produto da mente de gente, daquele tipo que a gente inventa e reinventa e cria histórias e faz deuses, e busca semelhança entre o que eu acho que é memória e aquilo que você sente que o seja. Memória é multidão de memórias. Memória só pode existir se for ciência ou poesia. Memória não é objeto, nem objetivo. Memória é travessia.


Menino livro: Guilherme Augusto

Memórias pontuais: leitura e pergunta O que é memória. Crianças na mesa, Paulo lendo histórias, e Carlos próximo a lousa no fundo.

Oficina Livro de memórias presente, na Brechoteca. Paulo lê trechos da história Guilherme Augusto Araújo Fernandes.


Um ajudante para as nossas memórias é o livro Guilherme Augusto Araújo Fernandes, de Mem Fox e Julie Vivas, traduzido por Gilda de Aquino e editado no Brasil pela Brinque-Book. Guilherme aprende com os seus vizinhos, os moradores de um asilo, diversas imagens sobre memória. Guilherme quer ajudar Dona Antônia, uma das senhoras que perdeu suas lembranças, e pra isso conta com o desejo e a voz nas busca por sentidos. Guilherme é infância e por isso age sem tanta razão. Dona Antônia é velhice e por isso reage sem tanta razão. Os dois conversam por uma linguagem do tato, transformando aquilo que é dito memória – algo bem antigo, algo que faz chorar, um que faz rir, outro que vale ouro e algo quente – em objetos palpáveis. Assim, pensam com o corpo e produzem pensamento-chão.


Investigando de pensamento-chão

Memórias pontuais caminha por aí. Uma investigação sobre memórias para pessoas não cientistas. Para pessoas pensamento-chão, pensamento-técnica, pensamento-arte. É isso que estamos a nos propor. Deixar essa palavra ME-MÓ-RI-A ecoando em som e imagem em nossos corpos até ela dizer e não representar. Sem buscar etimologias – só quando a vontade quiser; sem buscar definições – só quando a vontade quiser; sem buscar conceitos e teses – só quando a vontade quiser. Assim, o mínimo diário caminha permeável a memória, permeável ao que se diz do ontem, ao que se recria para significar. Ao que vive o hoje irrigado de ancestrais.

Memórias Pontuais - escritas de memória na lousa

Crianças na Brechoteca respondem: O que é memória?


Temos experimentado. Uma oficina com crianças na Brechoteca – algo que era luta, luto e experiência. Um sorteio de um livro com uma pergunta-gatilho ‘O que é memória?’, para abrir espaço para a conversa. Um abrir-se inquieto de cada membro-coletivo sentir de dentro de nós que existem histórias não contadas.


Memórias pontuais: a construção de um livro-baú

A gente começou esse papo entre os três com uma sensação de que ser brasileiro parece saber que nossa memória é em muito mentira. Somos filhos de saques, de povoamentos forçados, de injustiças, de apagamentos, somos desmemoriados. Então, nos propomos a tatear esse passado – mas como, se não existe ainda máquina do tempo? – para viver um presente mais pensamento-chão.

Para isso, trabalhamos a linguagem do artífice-narrador. Um ser que com alma, olhos e mãos cria e recria o mundo, conta e reconta as memórias coletivas. E para tornar tudo mais palpável focamos na ação manual com nossas oficinas e formações. As oficinas são de encadernação artesanal e orientadas por nós, e a formação é em narração de história e orientada pelo Giuliano Tierno.

Para acompanhar siga nossa página no facebook, lá divulgamos as oficinas e vídeos do processo. Em breve adicionaremos o conteúdo também em nosso canal no youtube.


Isto é #MemóriasPontuais nosso projeto. Um caminho. Permissivo a afetos e histórias. Quem sabe surja um grande livro ancestral.

Gosto de fim: o que é memória?

Agora, a postagem em nossa página do sorteio do #13 – já finalizado 😉 – com as diversas respostas para a nossa pergunta: O que é memória?


 

Patrocínio

Esta ação faz parte do projeto Memórias Pontuais. Projeto com apoio da Secretaria Municipal de Cultura através do Programa de Valorização de Iniciativas Culturais – VAI 2016.

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